Partituras

O acervo de Partituras do museu narra a construção musical de Heitor Villa-Lobos ao longo de sua vida. De um total de cerca de 2.300 itens, entre manuscritos e impressos, o Museu Villa-Lobos disponibiliza, no Tainacan, cerca de 500 autógrafos do compositor listados no catálogo “Villa-Lobos, sua obra” (4ª ed., Museu Villa-Lobos, 2021). Destaca-se que por autógrafo, a instituição compreende “todo e qualquer manuscrito original do Autor, além de manuscritos de outros copistas que possuam suas anotações”.

O período de produção da coleção é entre 1901 e 1959, no Brasil e no exterior. A maior parte da doação destes documentos ao Museu Villa-Lobos foi feita por Arminda Villa-Lobos, segunda esposa do compositor, no período em que foi diretora da instituição, entre 1961 e 1985.

Parte expressiva da documentação postulada é formada por manuscritos à tinta, do próprio punho do maestro, evidenciando sua singularidade, raridade e importância histórica nacional e internacional. Para exemplificar, podemos citar algumas das obras que representam o legado de Villa-Lobos para a música de concerto e ao mesmo tempo retratam de forma emblemática as manifestações da cultura brasileira, a saber, as séries “Choros” (1920-1929), ciclo de 14 peças para variadas formações camerísticas e sinfônicas, a primeira delas dedicada a Ernesto Nazareth; as “Bachianas Brasileiras” (1930-1945), ciclo de nove obras para diversas formações camerísticas e orquestrais, compostas sob a inspiração da música de Johann Sebastian Bach; e a “Sinfonia Nº 10” – Sumé Pater Patrium (1952), com versos adaptados de poema do padre José de Anchieta.

O conjunto de partituras de Heitor Villa-Lobos possui valor histórico, como significante fonte documental para a preservação da memória do compositor, referência na história da música e educação musical no Brasil e no mundo. Os documentos permitem o registro do ambiente cultural atrelado ao modernismo, em especial da música nacionalista, na primeira metade do século XX. A coleção de partituras foi tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) em 2004, e reconhecida pelo Programa Memória do Mundo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 2015.

A obra de Villa-Lobos é protegida por direitos autorais. Por esse motivo, optou-se, via de regra, pela disponibilização da primeira página e, quando houver, da capa de cada item. Para quaisquer dúvidas sobre direitos autorais, é necessário entrar em contato com a Academia Brasileira de Música, herdeira universal do compositor, pelos telefones +55 21 2292-5845 | 2221-0277 | 2242-6693.